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domingo, 10 de abril de 2011

Se um dia


Se um dia eu caminhar e sentir levemente adormecer minhas pernas, saberei que é hora do descanso

Se um dia eu cantar e não tiver comigo o prazer que isso me dá, saberei que algo em mim se apagou...

Se um dia eu não sorrir, perceberei que a graça divina da vida em mim tornou-se desgraça...

Se um dia eu não tiver alegria e tristeza para compartilhar, saberei que aquilo que sempre abominei começou afazer parte de mim...

Se um dia eu praguejar e descontar minha fúria em alguém e não sentir vontade de chorar, estarei me tornando cruel...

Se um dia eu não amar, ainda que silenciosamente, e não transmitir isso a alguém me sentirei corrompido com meu propósito...

E se um dia eu virar de lado e me calar sobre algumas imperfeições e desvarios mundanos, todos saberão que ali jaz um homem...

E se um dia não tiver mais amigos, ou não mais percebê-los, a infelicidade de mim tomará conta e meu discernimento e compaixão não mais me valerão...

Se um dia me tornar fútil como “as latas do mercado”, me tornarei solitário e feliz, absorvido pelo vazio confortante...

Se um dia eu parar de rir, ainda que triste, perderei a esperança, e suplico que nela não paire meu último suspiro...

Se um dia não me comover com a dádiva do nascimento, nem com a triste falta que a ausência causa, me tornarei com aquelas latas, só que um pouco mais baratas...

Por tudo isso, fico feliz como meus dias, frios ou quentes, pois sempre estarei ciente que vivo simples como o orvalho que sorri ao sentir a luz do sol...

Avartazana




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